Resenha: Celular – Stephen King

Onde você estava no dia 1º de Outubro às 15h03?

Eu sou apaixonada por Stephen King, admiro o seu trabalho, sou fã, quando crescer quero ser igual ele ha ha. Em 2007 a Editora Objetiva nos presenteou com essa obra fantástica do mestre. Simplesmente eu adoro esse livro, como já citei anteriormente tenho uma quedinha por zumbis e então aparece o King e cria algo tão bom quanto, os “fonáticos”. Já faz um tempo que eu li, a trama é bem envolvente e não consegui me desgrudar do livro até chegar ao final.

Você já parou para pensar se conseguiria viver sem celular? E imagine agora se esse simples aparelho se transformasse em uma arma capaz de acabar com a civilização?

Clay Riddel estava no meio desse inferno quando tudo aconteceu. Artista gráfico, após várias tentativas frustrantes, ele consegue vender um de seus livros de histórias em quadrinhos, na cidade de Boston. Feliz da vida, ele resolve comprar um sorvete e enquanto aguarda na pequena fila, uma mulher e duas garotas conversam em seus celulares. De repente, o caos começa. A mulher surta e ataca o sorveteiro e a sua volta, Clay percebe que os acontecimentos se repetem, pessoas comendo outras vivas, matando, espancando, gritos e explosões. Ele não tinha um celular e isso foi sua sorte, desesperado ele foge. A preocupação maior é com sua família, ex-mulher e filho que estão no Maine, mesmo com os riscos ele quer voltar para encontrá-los e salvá-los. Nesse meio tempo Clay salva duas pessoas, Tom McCourt, tornando-se amigos e a jovem Alice Maxwell, uma menina de 15 anos que sobreviveu a um ataque voraz da própria mãe, eles ajudarão Clay na busca pelo filho. Mais tarde eles percebem um padrão, somente as pessoas que estavam falando ao celular por volta das três da tarde, ficaram malucas após ouvirem um sinal, retratado como “o pulso”.

A história é repleta de horror, drama e sobrevivência, típico de um mundo pós-apocalíptico. Estamos acostumados a ver os zumbis nesses cenários, alguns lentos com pouca inteligência, outros mais velozes e agressivos, nesta obra King nos apresenta os fonáticos – termo que os personagens do livro usam para se referir a essas criaturas -, eles se tornaram o que são após ouvir o pulso transmitido em seus celulares. De início eles nos lembram muitos os zumbis, matando e comendo pessoas, mas no decorrer da história eles evoluem, demonstram inteligência, criam um comportamento coletivo e podem se comunicar com os não fonáticos através da mente ou por sonhos.

King desperta o terror apocalíptico aliado à tecnologia, você realmente fica preso à história e não consegue largar. Capa e diagramação muito bem feitas pela Objetiva, e logo no início do livro tem uma dedicatória para Richard Matheson, escritor de terror e ficção científica, dentre suas obras destaca-se o livro Eu sou a lenda, adaptado ao cinema e George Romero, roteirista, diretor e criador da obra de sucesso A noite dos mortos vivos, que também fiz resenha aqui no blog.

Minhas Impressões

Celular é simples e genial ao mesmo tempo, conhecemos os dramas pessoais dos personagens, um pai desesperado em busca do filho, uma menina que quase foi morta pela própria mãe, tudo isso num cenário de medo e destruição.

A narrativa de King é bem construída, de início os acontecimentos vão surgindo ao mesmo tempo sem explicação ou origem, apenas acontecem. As respostas vão surgindo ao longo da narrativa, espere por acontecimentos tensos e agonizantes.

Achei os fonáticos incríveis, a evolução deles ao longo do livro é muito interessante, de criaturas irracionais eles passam a desenvolver inteligência, o que para mim foi ficando muito perturbador.

O livro refere-se muito bem a sociedade de hoje, muitas pessoas vivem como zumbis da tecnologia, escravos de redes sociais e não aproveitam os momentos fora das redes, constantemente nos deparamos com fonáticos pelo caminho.

Quanto ao final do livro não darei spoiler, mas eu fiquei um pouquinho irritada ha ha, quem conhece o mestre sabe que geralmente seus livros tem finais inesperados ou polêmicos, King não poupa seus leitores.

Esse ano foi lançado um filme baseado no livro, dirigido por Tod Williams, com John Cusack no papel principal, Samuel L. Jackson e Isabela Funhram. Particularmente eu estava muito ansiosa com a estreia desse filme, mas ele deixou a desejar. O filme é um pouco diferente do livro, o começo é bom, a cena do aeroporto é cheia de ação e pânico, mas desse ponto em diante o ritmo cai negativamente. O final também é diferente comparado ao livro, talvez pela repercussão negativa que ele teve, uma pena, esperava mais desse filme.

Sei que é bem clichê o que vou dizer, mas o livro é melhor que o filme, sem comparação, pode confiar. Se você gosta de histórias com cenários assustadores, de destruição em massa, esse é o seu livro.

Boa leitura! E pense duas vezes antes de atender o celular da próxima vez….

Autor: Stephen King

Editora: Objetiva

Ano: 2007

Páginas: 400

Assista ao trailer Celular (2016)

https://www.youtube.com/watch?v=3W6-u88qT5o